TTR In The Press

Dinheiro Vivo

September 2018, Elisabete Tavares

Mercado português de fusões e aquisições sofre abrandamento em 2018

No terceiro trimestre deste ano houve uma quebra de 25% no número de negócios e menos 10% no montante das operações.

Desde o segundo trimestre de 2016 que não se viam tão poucas operações de fusão e aquisição no mercado português. No terceiro trimestre deste ano, o mercado voltou a abrandar. O número de negócios caiu 25% em termos homólogos. O valor total das operações foi 10% inferior ao registado em igual período de 2017. Os dados ainda são provisórios mas até ao dia 27 de setembro o número de operações fixava-se em 61 e o valor em 1941 milhões de euros, segundo a Transactional Track Record (TTR). Foi o pior dos últimos nove trimestres do mercado português, em número de negócios.

Desde o início do ano realizaram-se 224 negócios de fusão e aquisição em Portugal, num valor total de perto de 16 mil milhões de euros. Estes dados representam, respetivamente, uma descida 12% e uma subida de 81% face a igual período de 2017. E o valor de operações deste ano está inflacionado pela oferta pública de aquisição lançada em maio pela China Three Gorges sobre a EDP-Energias de Portugal, num valor de 9,1 mil milhões de euros.

Em setembro, houve 22 negócios, uma quebra de 21%, num total de 224 milhões de euros, menos 26% em termos homólogos.

O relatório final com os dados consolidados serão divulgados pela TTR na próxima semana, mas deverão confirmar o abrandamento. Os dados abrangem operações de fusão e aquisição, investimento de private equity e de venture capital.

Imobiliário lidera

O setor imobiliário continua a ser o rei nas operações de consolidação em Portugal. Nos últimos cinco anos, o setor tem liderado no número de negócios de fusões e aquisições no mercado português e este ano a tendência mantém-se. No total, o setor foi responsável por 20 operações no terceiro trimestre, seguido do setor de tecnologia que registou oito negócios. O setor do turismo e hotelaria apresentou seis operações e o setor financeiro e de seguros assinalou cinco transações.

Desde o início do ano, registaram-se 57 operações no setor imobiliário, 33 no setor de tecnologia, 23 no setor financeiro e 18 no setor do turismo e hotelaria.

A maior parte dos negócios são de operações inferiores a 15 milhões de euros, tanto em termos do trimestre como desde o início de 2018.

Espanha às compras

Analisando as operações entre países, registaram-se 87 operações de compra de empresas em Portugal por parte de estrangeiras. Espanha ficou com uma fatia de 26 operações, num total de 1990 milhões de euros, entre as operações cujo valor é conhecido. Segue-se França, responsável por 13 operações e o Reino Unido, com 12 negócios.

Na hora de ir às compras, as empresas portuguesas preferiram ter como alvo empresas espanholas, com oito operações no montante de 540 milhões de euros. Alvos norte-americanos corresponderam a duas operações no valor de 10 milhões de euros.

Centros comerciais no topo

Em termos de maiores negócios do trimestre, nas fusões e aquisições, o maior foi a compra de três centros comerciais em Espanha pela Sonae Sierra por um montante aproximado de 525 milhões de euros. O segundo maior foi a compra pela Merlin Properties do Fórum Almada à norte-americana Blackstone por 406 milhões de euros.

A compra da posição da britânica Grosvenor na Sonae Sierra pela Sonae constitui a terceira maior operação do terceiro trimestre. A venda da GNB Vida pelo Novo Banco à Bankers Insurance Holdings por 190 milhões de euros, foi a quarta maior operação, seguida da compra da 321 Crédito pelo Banco CTT.

Em termos de negócios envolvendo empresas de private equity, a maior operação foi a da compra do Fórum Almada, seguida da compra da 321 Crédito por parte do Banco CTT à Firmus Investimentos por 100 milhões de euros.

Nos negócios de venture capital, a compra da DefinedCrowd pela ED, foi a maior operação, num valor de 10 milhões de euros. A compra da Case On It pela Sonae IM por sete milhões foi a segunda maior operação.

Nas empresas de private equity, a Menlo Capital destacou-se com duas operações, tal como a Crest Capital Partners, também com um par de negócios. A Portugal Ventures liderou nas operações de venture capital, com cinco operações, seguida da Sonae e da Caixa Geral de Depósitos.


Source: Dinheiro Vivo - Portugal 


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