TTR In The Press

DCI Diário Comércio Indústria & Serviços

January 2018

Número de fusões e aquisições recuou 7,7% no quarto trimestre

O volume em fusões e aquisições (M&A) de certa forma refletiu o humor de 2017. Dados acumulados da consultoria TTR apontam 1.096 transações (5,69% acima de 2016) a R$ 194,9 bilhões (alta de 4,4% em relação ao ano anterior.

No quarto trimestre de 2017, contudo, houve queda de 7,74% em quantidade de operações para 274, e de 8,23% em valores para R$ 50 bilhões, com relação ao mesmo período de 2016. “Ou seja, visto do alto o M&A ainda não se recuperou desde o início da crise”, argumentou a fundadora e CEO da Sparks Capital, Ana Elisa Bacha Lamounier.

Com relação aos investidores financeiros, sua participação em 2017 foi de 11,84% do total de valores divulgados (R$ 23,07 bilhões) e de 24,73% da quantidade total de operações (271), este último percentual alinhado à média dos últimos anos. No caso dos valores, dado que muitas operações de fundos de private equity e venture capitalnão têm valores divulgados, tal percentual pode não refletir a realidade.

Para Ana Elisa, os rumos para a economia em 2018 dependerão em alto grau dos desdobramentos da política interna, a começar pelo julgamento de Lula pelo TRF-4 em 24 de janeiro, cujo resultado influenciará fortemente na disputa eleitoral. “Com a definição das candidaturas prevista somente para meados de agosto e com a propaganda eleitoral durando cerca de um mês, é possível que as incertezas quanto aos rumos do país, em particular da situação fiscal, permaneçam sem respostas por um período elevado, o que pode afetar a recuperação da economia e, por conseguinte, as atividades de M&A, particularmente as capitaneadas por investidores financeiros, mais sensíveis à incerteza. No caso dos investidores estratégicos, como suas decisões são baseadas em questões específicas do setor e da empresa-alvo, é difícil estabelecer uma relação entre as mudança no cenário político e econômico”, avalia Ana Elisa.

Em termos setoriais, espera-se que diversas concessões ligadas à infraestrutura que estavam previstas para 2017 sejam realizadas em 2018, como é o caso de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos no âmbito federal e de privatizações, e concessões municipais, como as previstas pela prefeitura e o governo de São Paulo. Com o plano de desinvestimentos da Petrobras seguindo no ritmo previsto, o maior desafio para o governo federal talvez esteja na privatização da Eletrobrás, não apenas por causa do cronograma, mas pelos diversos interesses regionais afetados que, somados à perda do poder de barganha de Temer, tornarão difíceis as negociações.


Source: DCI Diário Comércio Indústria & Serviços - Brazil 


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