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Broadcast

August 2021

Total de fusões e aquisições de brasileiras no exterior é o maior desde 2011

Um grupo cada vez maior de empresas brasileiras vem se aproveitando do excesso de recursos disponíveis no mercado para ampliar suas fronteiras e fincar bandeira em outros países por meio de uma via expressa no processo de expansão internacional: a compra de negócios locais.

O movimento está em linha com o aquecido mercado de fusões e aquisições domésticas neste ano, em que grupos nacionais e estrangeiros travam uma verdadeira corrida por oportunidades no Brasil.

As operações das brasileiras no saldão internacional somam US$ 2,2 bilhões (mais de R$ 11 bilhões) de janeiro a junho, valor que está próximo da média dos anos anteriores. Para além do câmbio mais depreciado, o dado tem sido interpretado pelos analistas como um sinal de que a via das fusões e aquisições no exterior passou a ser considerada por empresas menores, com transações menos polpudas, enquanto no passado o movimento estava mais restrito aos grandes conglomerados, com operações maiores.

"Existe uma tendência que vem amadurecendo nos últimos anos, de expansão das brasileiras no exterior", afirma Carlos Lobo, sócio do Hughes Hubbard & Reed LLP . "As grandes abriram caminho para empresas menores fazerem o mesmo processo."

A via das fusões e aquisições torna a entrada em novos mercados mais rápida e, graças ao suporte de investidores, tem ganhado importância atualmente na comparação com a escolha pelo avanço orgânico. "O boom no mercado de capitais se tornou um facilitador do processo de aquisições como um todo. Isso está empurrando várias para o exterior", afirma Lobo.

Tecnologia 

Um dos fatores que contribuíram para diminuir a régua dos grupos interessados em acelerar o braço internacional foi o avanço da digitalização em múltiplos setores. Muitas das techs brasileiras já têm nascido globais e vão às compras fora do País na medida em que se tornam mais maduras, para adquirir conhecimento local, uma carteira de clientes ou talentos. A área de tecnologia é a que lidera o ranking de fusões e aquisições no exterior, seguido do setor de finanças. Os principais destinos são EUA e Colômbia.

Segundo Diogo Aragão, responsável pela área de M&A (fusões e aquisições) do Bank of America no Brasil, as consultas de brasileiras interessadas em comprar ativos no exterior aumentaram nos últimos 12 meses, apesar da depreciação do câmbio, e tem se intensificado mais recentemente também pelo rearranjo de forças provocado pela crise, com a diferença de desempenho em mercados variados e entre concorrentes num setor.

"Há indústrias que estão potencialmente combalidas em determinadas geografias, o que dá uma oportunidade de alguém bem posicionado no Brasil fazer movimento via aquisição para a sua expansão internacional."

Por trás da procura maior, diz Aragão, está a onda de capitalização das brasileiras, seja porque levantaram dinheiro no mercado ou porque estão com as ações valorizadas. 

Companhias como Ambipar, Espaçolaser, SmartFit e Vtex, porém, perceberam que a disputa por clientes, receitas e investidores é um jogo a ser disputado globalmente e decidiram também pisar no acelerador para ampliar a presença internacional.

No primeiro semestre, o número de fusões e aquisições feitas por empresas nacionais no exterior alcançou o maior patamar desde 2011, segundo levantamento feito a pedido do Broadcast pela plataforma TTR, que compila os dados das operações. As 60 transações registradas no período já superam inclusive anos inteiros e sinalizam que 2021 também deve terminar em patamar histórico no total de acordos.
 


Source: Broadcast - Brazil 


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