TTR In The Press

Estadão Economia

Abril 2020, Maria Fernanda Guimaraes

ACovid-19 impõe paralisação em aquisições de empresas, mas pode abrir mercado de ativos ‘estressados’

A pandemia do novo coronavírus impôs uma parada obrigatória em grande parte das transações de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês), dada a dificuldade de estabelecer um preço para os ativos na mesa em um momento de paralisação da economia, com cerca de um terço da população mundial em isolamento social. Especialistas acreditam que, no momento, as partes que estavam em negociação antes da pandemia tentam ganhar tempo, para seguir com os planos após estabilização da economia. De outro lado, existe ainda a expectativa de que a crise comece a movimentar outros tipos de negócios, como a venda de ativos por empresas em dificuldades financeiras.

O volume de transações envolvendo empresas brasileiras no primeiro trimestre do ano caíram 26% em relação ao ano passado, para 239 operações, segundo dados da consultoria TTR. Por conta do tamanho das operações, em valores há alta no período: crescimento de 18% na relação anual para R$ 44,1 bilhões.

Dentre as vendas que foram postergadas por conta do Covid-19 estão as oito refinarias da Petrobras, por exemplo. Outra que suspendeu a venda foi a Bloomin? Brands, que buscava um novo dono para a rede Outback aqui no Brasil.

O sócio da Spectra Investimentos, gestora de um fundo de fundos de private equity, Renato Abissamra, afirma que a crise afetou o fluxo futuro de caixa das empresas, o que impossibilita a avaliação da companhia e o estabelecimento de preço para um acordo de M&A. “Isso colocou as operações em espera, com as partes tentando ganhar tempo para alinhar um período maior de exclusividade”, comenta.

Na butique de M&A JK Capital, as transações que estavam em fase final seguiram sendo negociadas, mesmo com a pandemia. Outras, iniciadas há cerca de dois ou três meses foram paralisadas por imposição da atual crise da Covid-19. O sócio da JK Capital, Saulo Sturaro, destaca que as transações ficaram travadas porque, neste momento, dependendo do setor de atuação da empresa, o estabelecimento de um preço para o fechamento do negócio ficou impossibilitado. “O efeito nas empresas será diferente, algumas vão voltar mais rapidamente e outras vão demorar mais”, comenta.

Desde que foi decretada a pandemia, algumas transações, que começaram a ser negociadas no ano passado, saíram ilesas, mas são exceções. São exemplos a compra da operação de embalagens da International Paper pela Klabin e a aquisição de fatia do e-commerce de produtos para animais domésticos Peltlove pelo gigante japonês Softbank.

“Os negócios de médio e menor porte em que a visão das partes é de longo prazo, e que possuem caixa suficiente para concluir as operações, ainda continuam em andamento. Transações de maior porte que já estavam em fases finais, como algumas no setor de infraestrutura e energia, também continuam em andamento”, destaca o sócio do Rolim, Viotti & Leite Campos Advogados, Fabio Appendino.

More information: https://economia.estadao.com.br/blogs/coluna-do-broad/covid-19-impoe-paralisacao-em-ma-mas-pode-abrir-mercado-de-ativos-estressados/


Source: Estadão Economia - Brasil 


Subscreva a nossa newsletter gratuita: