TTR In The Press

Broadcast

Agosto 2020

Ártica/Penno: Brasil deve se beneficiar do mesmo tipo de expansão dos EUA com taxas de juros reduzidas

Em relatório da Transactional Track Record (TTR) divulgado agora há pouco, Luiz Penno, sócio-gerente da Ártica Investimentos apontou que o Brasil deve se beneficiar do mesmo tipo de expansão econômica que muitos outros países, como os Estados Unidos, tiveram na última década, com as taxas de juros reduzidas a mínimos históricos.

Segundo ele, apesar da queda significativa da atividade de Private Equity, as perspectivas para os investidores financeiros são muito positivas. "Empresas estrangeiras e locais estão vendo oportunidades abundantes no clima atual. As avaliações não são baratas, mas também não são caras, e se as coisas correm bem, podemos ter uma economia muito forte nos próximos cinco a dez anos", afirma Penno, no relatório antecipado ao Broadcast .

Para Luiz Penno, a redução sem precedentes nas taxas de juros está causando uma mudança massiva de renda fixa para renda variável, o que beneficiará o mercado de ações, e fornecerá uma injeção direta de capital produtivo na economia. “Há dois anos, tínhamos 500 mil investidores na Bovespa; agora temos mais de 2,5 milhões”, adicionou Penno, observando que 2020 será um ano recorde com base no número de IPOs que já foram registrados.

Alexei Bonamin, sócio da TozziniFreire, também compartilha dessa visão otimista. "A recessão dos últimos cinco anos no Brasil, levou a soluções criativas e inovadoras, com milhares de startups apoiadas por fundos de capital de risco gerando uma nova geração de empreendedores, disse Bonamin. "Esses empresários construíram os pontos fortes naturais do Brasil em agronegócios e serviços financeiros, levando a um boom no agrotech e fintech", adicionou Bonamin.

Fusões e aquisições

Ainda segundo o relatório, as empresas que buscavam ativamente uma venda no início do ano e não foram gravemente afetadas pela crise. "As empresas estão avançando em suas transações, desde que possam obter algo semelhante ao que poderiam obter antes da crise", disse Penno.

"Porém, o real fraco faz com que seja um momento difícil para que as empresas brasileiras façam aquisições no exterior, e poucos clientes estão explorando negócios no exterior", observou Penno.

“Curiosamente, recebemos muitos telefonemas de empresas que pensaram em adquirir pela primeira vez, observando que as baixas taxas de juros tornaram o financiamento de aquisições mais acessível para aqueles que não teriam dinheiro suficiente para fechar um negócio de outra forma", comentou.

De acordo com ele, o planejamento sucessório também atraiu mais atenção ultimamente. "Já que a ameaça de pandemia lembrou os executivos a prepararem suas empresas para transições inevitáveis", afirmou.

Ele lembrou que as fusões e aquisições demoram para acontecer. “Estou otimista sobre as nossas perspectivas. Baixas taxas de juros, reforma tributária e uma moeda desvalorizada terão um efeito positivo real na economia nos próximos cinco anos”, aponta.

Fundos de private equity

Na visão do sóico da Kinea Investimentos, Camilo Ramos, as situações difíceis proporcionarão boas oportunidades para as empresas nas quais a Kinea investe, bem como para todos os outros adquirentes bem capitalizados no Brasil. “Haverá muitas empresas que não sobreviverão à crise; porém vejo o mercado de fusões e aquisições se recuperando muito rapidamente”, disse Ramos.

Penno afirma que com taxas de juros mais baixas, a dívida provavelmente terá um papel maior nos investimentos de private equity. "A desvalorização do real tem dado aos fundos de Private Equity captados em euros e dólares, um poder extra, e os fundos com atuação no Brasil, seja localmente ou com operação dedicada ao país, são muito ativos" disse Penno.

Enfrentamento da crise

“Os planos do governo não foram suficientes, não foram ambiciosos e provavelmente não tinham visão de futuro”, disse Alexei Bonamin.

Entretanto, “algumas medidas de resposta do governo foram muito eficazes”, disse o sócio da Kinea Investimentos, Camilo Ramos, incluindo o chamado “corona voucher”. Ramos disse que está preocupado com o que acontecerá quando a assistência aos desempregados expirar e com o impacto desses programas nas contas do governo. "A reforma tributária brasileira terá impacto sobre pessoas físicas e jurídicas e é amplamente esperada para o início de 2021, com muitas dimensões importantes para as empresas", observou Penno.

Vários desenvolvimentos serão importantes para ficar de olho nos próximos anos, acrescentou Ramos, incluindo o programa fiscal do governo e sua capacidade de controlar os gastos públicos, bem como a percepção do mercado da capacidade de reduzir a dívida pública.

"O Brasil está cooperando com a AstraZeneca, sediada no Reino Unido, em uma vacina contra Covid-19 e será um dos primeiros países da América Latina a ter acesso a ela", observou Bonamin.

"As questões ESG, por exemplo, estão crescendo", disse Bonamin. "Diferentes fundos estão integrando ESG em seus investimentos. Não é apenas uma análise de risco de retorno, mas também uma análise de impacto ”, acrescentou Bonamin.

“Outra questão que está mudando muito é o mercado de carbono”, acrescentou Bonamin. “O Brasil tem um potencial enorme e cada vez mais veremos empresas brasileiras prometendo emissões de carbono baixas ou zero”, observou.

“Este é um momento para que as grandes empresas reavaliem suas estratégias e atendam às demandas de seus stakeholders”, concluiu Alexei Bonamin.


Source: Broadcast - Brasil 


Subscreva a nossa newsletter gratuita: