TTR In The Press

Inteligencia Coletiva

Setembro 2020, Ana Sofia Santos

Grandes negócios não pararam apesar da pandemia

Entre janeiro e agosto, o mercado nacional registou 207 operações comerciais que movimentaram 11 362 milhões de euros. Embora em número tenha havido uma descida de 28% face a idêntico período de 2019, em termos de valor o salto é de 40%, segundo as estatísticas mais recentes do Transactional Track Record (TTR) a que o Expresso teve acesso.

Na assessoria jurídica, a firma Morais Leitão é a mais dinâmica em termos de montante global dos negócios em que participou, num total de 4690 milhões de euros que dizem respeito a 16 operações, seguindo-se a Vieira de Almeida (VdA), com 3857 milhões de euros (nove transações) e, em terceiro, a Campos Ferreira, Sá Carneiro, com 2433 milhões de euros, gerados apenas com um único contrato. Já em 2019, o escritório Morais Leitão, liderado por Nuno Galvão Teles, havia liderado este ranking.

JAIME FIGUEIREDO

Recorde-se que as três sociedades de advogados prestaram serviços jurídicos no âmbito da venda de 81,1% da concessionária de autoestradas Brisa por cerca de 2,5 mil milhões de euros, em final de abril, o que em tempo de pandemia contribuiu para dar dinamismo ao mercado das fusões e aquisições em território nacional.

Outro aspeto a ter em conta é que os dados apresentados pelo TTR pecam por defeito pois dizem respeito apenas às operações que são publicitadas, o que também implica atualizações posteriores aos números divulgados – como aconteceu, por exemplo, com o relatório de 2019 em que no momento que o Expresso o noticiou (janeiro deste ano) apontava para 13,4 mil milhões de euros em transações, graças a 427 operações realizadas ao longo do ano, quando os dados revelados agora apontam para mais de 17 mil milhões e 485 negócios.

M&A lidera em número e valor

Do total de operações registadas nos primeiros nove meses do ano, 171 (83%) ficaram concluídas e apenas 102 (49%) tiveram o seu valor divulgado. De acordo com o site do TTR, o respetivo departamento de pesquisa recorre a tecnologia própria para compilar informações de “milhares de fontes internacionais, incluindo jornais, registos regulatórios e anúncios das bolsas de valores”.

O TTR classifica as transações comerciais como M&A (fusões e aquisições), private equity (capital privado), venture capital (capital de risco) e asset aquisitions (aquisições de ativos), sendo que estas últimas dizem respeito às operações em que uma sociedade não é vendida, mas sim quando uma unidade de negócio de uma determinada empresa é comprada por outro investidor, por exemplo.

Mais de metade do total de negócios agregados pelo TTR em Portugal foram M&A, em que as 111 operações somaram mais de 6,6 mil milhões euros (com os sectores do imobiliário e das tecnologias a liderarem em número). Seguiram-se as aquisições de ativos, com 47 transações superando os 2,5 mil milhões de euros, depois os fundos privados que financiaram 12 operações em mais de 1,9 mil milhões de euros, seguindo-se o capital de risco com o envolvimento em 37 negócios que implicaram 271 milhões de euros.

O número de compras inbound (empresas estrangeiras que ficam com companhias portuguesas) atingiu as 68 e Espanha permanece como o país de origem do maior número de investidores, num total de 17 aquisições.

Já as operações outbound (empresas portuguesas a adquirir sociedades estrangeiras) somaram 31 com o país vizinho como o alvo preferencial em 11 destas transações comerciais.

Por sua vez, o maior negócio do mês de agosto foi a compra pela portuguesa Finerge da totalidade da participação que a EDP Renováveis tinha num projeto eólico em Espanha, por 426 milhões de euros.


Source: Inteligencia Coletiva  


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